Nossas férias em família no Japão

| Beatriz Berbert

Pagode de 5 andares no Parque Ueno – Imagem da web

Aqui na Austrália as escolas ensinam diferentes idiomas como segunda língua. Os mais comuns são italiano, francês, chinês, coreano e japonês, esse último ensinado na escola dos meninos. Porque não aproveitar que temos “tradutores” e partir pra terra do sushi?

Não precisa dizer que, assim como não aprendi nada nas aulinhas de inglês que tive na escola no Brasil, o japonês dos meninos estava longe de ser fluente… Mas o Japão tem a grande vantagem de ter todas as placas e mapas em japonês e inglês, tornando a viagem muito mais fácil do que eu imaginava. O engraçado é que os meninos aprenderam (ou decoraram!) algumas musiquinhas em japonês e o povo ficava encantado em ver moleques ocidentais cantando naquela língua. Isso atraia admiradores e eles ficavam “se achando”.

Planejamos nossa viagem de modo que pudéssemos equilibrar visitas à templos e locais históricos com passeios adequados para crianças e circulamos de trem e metrô durante todo o período por lá. Existem opções de bilhetes com validade de vários dias além do Japan Rail Pass, indispensável para as viagens pelo país.

Começamos em Tóquio (http://www.gotokyo.org/en/index.html). O Parque Ueno fica no norte de Tóquio e é um passeio agradável com pagodes, templos e santuários, que abriga também o Jardim Zoológico.

Também no norte de Tóquio fica o Templo Senso-ji. Destruído na Segunda Guerra Mundial, foi reconstruído no estilo Edo e segue sagrado para os budistas. Super turístico, com lojinhas ao longo dos grandes corredores de acesso, é um “point” para a moçada. Meninas desfilam pelo local em trajes típicos tirando fotos com turistas.

A estátua do cão Hakiro, que ia esperar seu dono na saída do metrô todos os dias, mesmo depois de sua morte (tem um filme com o Richard Gere que conta essa história – muito triste por sinal – Sempre ao seu lado https://www.youtube.com/watch?v=UFY8vW5IedY), que fica no bairro de Shibuya e tem um dos cruzamentos mais movimentados do mundo, foi um dos passeios que as crianças adoraram.

Tanto Disney quanto Universal também se estabeleceram no Japão, mas como nosso foco não era visitar parques temáticos optamos por um só e nossa escolha foi a Universal em Osaka.

A visita ao Monte Fuji precisa estar no roteiro, mas como fomos no verão e o topo quase não tinha neve, foi um pouco frustrante. Mas ao pé do Monte Fuji está a cidade de Hakone, onde curtimos o passeio de bondinho e atravessamos o Lago Ashi num barco pirata.

Este foi o único passeio que compramos com uma agência de turismo. Agendei pela internet algumas semanas antes da viagem – só pra garantir né?

Pirate Boat Cruise on Lake Ashi – Imagem da web

Um dos passeios históricos que os meninos curtiram e aos 10 e 12 anos já tem idade pra entender, foi Hiroshima. A cidade é bem pequena, em um dia é possível visitar a Cúpula da Bomba-A (foto abaixo), o Parque Memorial da Paz e o Museu Memorial da Paz, que diga-se de passagem foi o museu mais interessante – embora triste – que visitei na vida.

Na Baia de Hiroshima está a Ilha Miyajima. Nesse Patrimônio da Humanidade o corte de árvores é proibido, o que proporciona mata nativa para que o cervo viva e circule em segurança por toda a ilha. É Bambi pra todo lado! Que criança não se encanta?

Além de uma vista maravilhosa, existem trilhas de acesso aos templos e santuários que estão pelo morro. Imperdível!

Miyajima – Imagem da web

Ir pro Japão com crianças e não procurar por ninjas e samurais não vale!

Em Iga-Ueno, uma cidadezinha no meio da zona rural, está o Museu Iga Ninja. Sabe aquele cirquinho onde o trapezista vende o ingresso, a malabarista pega o ingresso na roleta e o palhaço vende a pipoca? Pois é, lá é bem assim. Eu diria que se não fosse pelas crianças não vale a pena, pois acaba-se perdendo o dia todo dada a distância e as tantas trocas de trem – cada vez menores – pra se chegar lá. Mas eles gostaram, então… tá valendo.

Já o Museu Samurai em Tóquio, que descobrimos por acaso andando na região de Shinjuku, tem inúmeras armaduras de batalha samurai originais em exposição e garante diversão para adultos e crianças. Com apresentação de técnicas de manuseio da espada e a possibildade de experimentar uma das armaduras, esse lugarzinho ganhou nota 10.

Outro ponto alto da viagem foi a visita à fábrica da Toyota nos arredores de Nagoya. Você sabia que o nome original era Toyoda e começou como uma tecelagem? Foi o filho do Sr. Toyoda quem, em uma viagem aos Estados Unidos para explorar técnicas texteis, se encantou com automóveis e mudou o rumo da família. Com tour em inglês pelo museu e fábrica esse passeio foi sensacional!

Na verdade, a nossa visita a Nagoya tinha como motivo principal o Torneio de Sumô. Os lutadores de sumô são ídolos nacionais e o primeiro que vimos de perto foi por coincidência um brasileiro! Kaisei Ichirō – nascido Ricardo Sugano, de São Paulo, é o nosso representante na modalidade.

Nenhuma palavra descreve melhor essa experiência do que SURREAL!

Kaisei Ichirō – Imagem da web

Nossa cidade preferida foi sem dúvida Kyoto, a antiga capital imperial. A parte antiga da cidade é um passeio pela história, a moderna estação de trem é um colírio para os olhos de amantes da arquitetura, o Castelo de Nijo é incrível, os templos e santuários são lindos, o Pavilhão Dourado parece de fato uma jóia e os portais Toori são de tirar o fôlego!

Amamos Kyoto ( https://kyoto.travel/en )!

Mas uma das maiores preocupações que eu tinha em viajar para o Japão com crianças era a comida. E se eles não gostassem da comida? Eu estava preparada para experimentar de tudo e para nossa surpresa os meninos não deram vexame. Experimentaram de tudo, não necessariamente gostaram, mas fome não passaram e nós adultos nos esbaldamos!

Em Hiroshima não deixe de expetimentar o Okonomyiaki. Prato a base de repolho e noodles, não parece muito apetitoso mas é dos deuses!

Pela pilha de pratinhos eles gostaram do sushi…

Dizem que a melhor época para ir ao Japão é na primavera, quando as temperaturas são amenas e as cerejeiras estão florescendo, ou no inverno para quem gosta de esquiar.

Nós fomos no verão e sofremos um pouco com o calor e a umidade 24 horas por dia, mas foi sem dúvida nenhuma uma viagem inesquecível.

Voltaríamos? Certeza!!!

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Um comentário para “Nossas férias em família no Japão”

  1. Nilza Shoji

    Que experiência maravilhosa! A linda narrativa com fotos “realizou” grande parte do meu sonho de conhecer a terra do sol nascente. Parabéns e obrigada.

    Responder

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