Trekking ao Monte Kilimanjaro

| Sergio Sousa

Dessa vez nosso destino seria a África, mais especificamente estávamos ansiosos para o Trekking ao Monte Kilimanjaro 5895m de altitude, que fica na Tanzânia, país a leste do continente, que tem como uma de suas portas de entrada o Oceano Índico.

Nossa viagem iniciou em 5 de Agosto, o grupo partiu de Guarulhos já com previsão de muitas escalas. Passamos pela África do Sul, Dar Es Salam e finalmente o Aeroporto do Kilimanjaro.

No Kili, ficamos hospedados em Moshi, cidade próxima ao inicio da trilha. Seria inicialmente um trekking de 7 dias, mas conseguimos concluir em 6, exigindo bastante da turma no dia de ataque ao cume e no último dia de descida.

Partimos de fato para a subida no dia 8, inicialmente a escalada exigiu pouco da equipe, escolhemos a rota Machame por ser a que proporciona o melhor visual durante o percurso. O Clima e a vegetação lembram muito as florestas tropicais do Brasil, muito verde, clima bastante úmido, mas isso viria a mudar radicalmente a medida que ganhamos altitude. A chegada ao primeiro acampamento foi bastante tranquila, mas assustou pela quantidade de pessoas que estavam fazendo o mesmo trajeto e que ficaram no mesmo acampamento que o nosso o Machame, já a 2835m.

Os guias que estavam conosco se encarregaram de levar todo o equipamento de camping, alimentação e água, além de uma bolsa com materiais de cada montanhista, restava para nós apenas o peso da roupa e uma mochila de ataque. A média é de três guias e ajudantes para cada montanhista, ou seja, nosso grupo estava sendo acompanhado por 45 pessoas, cozinheiros, guias, carregadores, zeladores dos sanitários químicos, entre outras diversas funções.

Dia 09 como de costume acordamos cedo, nosso desafio seria chegar até o Shira Camp 3750m, foi puxado, logo na saída do acampamento, enfrentamos uma subida muito íngreme, o que colocou a turma à prova, alguns já sentiram efeitos do cansaço, do sol forte durante todo o trajeto e mais a altitude. Sem necessidade de aclimatação, partimos dia 10 para o Baranco Camp 3900m, apesar do desnível final desse dia ter sido pequeno, durante o percurso atingimos 4600m no acampamento Lava Tower, onde paramos apenas para o almoço, mas os efeitos da altitude já estavam sendo sentidos pela maior parte da equipe, a motivação estava grande e fomos em frente como deve ser.

Dia 11, ainda com o café não digerido, iniciamos a maior subida em um paredão de pedra imenso, exigiu demais da equipe, e mais uma vez pudemos contar com o apoio dos próprios membros da turma e os guias locais, foi bastante cansativo, mas superamos mais essa, na mesma noite já acamparíamos no último destino da montanha o acampamento Barafu a 4900m.

Nossa programação inicial seria começar o ataque ao cume a meia noite desse mesmo dia, mas em função do cansaço coletivo, partimos de fato na madrugada do dia 12, por volta das cinco e trinta da manhã, todos muito cansados. Apesar da comida estar boa até demais pelas dificuldades do local e do isolamento, por conta da fadiga e enjoo, muitos de nós tiveram dificuldade em se alimentar, e isso foi bastante sentido por alguns do grupo, a consequencia viria ser sentida mais tarde.

Todos partiram para o ataque final, quase todos conseguiram vencer o desnível absurdo de 1000 metros verticais em um ambiente hostil, com todos o s parâmetros extremos como frio, vento, umidade do ar abaixo de 20%, sol, poeira demais, nenhum tipo de vegetação ou sombra. O piso derivado das erupções do antigo vulcão extinto, assemelha-se a areia de dunas, quando você sobre três passos e desce um. Mas com muita insistência e ajuda fundamental dos nossos guias, conseguimos chegar em grande maioria ao cume da montanha 5895 metros, o ponto mais alto do continente.

Conquistamos um dos sete cumes do planeta, formado também pelo Everest Ásia 8848, Aconcágua América do Sul 6961, Denali América do Norte 6194, nosso Kilimanjaro África 5895, Monte Elbrus Europa 5642 e Monte Vinson Antártica 4892m.

Após bater o cume, só nos restava retornar ao nosso acampamento, faltou água, forças, disposição, consciência mental entre outros diversos problemas. Sentar para descansar nos levava a dormir em função da falta de oxigênio. Mas novamente nossos guias que pareciam estar em um passeio de domingo, nos carregaram de volta.

Passamos mais uma noite naquele gelo, para partir na manhã do dia 13 para mais uma escala de acampamento no meio da montanha, mas como para descer todos os santos Africanos ajudam, conseguimos caminhar mais de 25 km, em um desnível vertical de descida de 3300m, foi difícil mas conseguimos!!

A viagem ainda continua em outro post, em outro canto da Africa.

Compartilhe:

2 comentários para “Trekking ao Monte Kilimanjaro”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *